Sons e intrigas da disco music são debatidos em documentário no canal Curta!
O campo do Comiskey Park, em Chicago, se tornou palco de um ataque à música disco no fim da década de 70. O gênero, que havia se desenvolvido e ganhado força nos anos anteriores, foi rejeitado por mais de 50 mil pessoas que empunhavam cartazes com dizeres como “disco sucks” — “(música) disco é uma droga”, em português — e invadiram o gramado para protestar contra o estilo musical no evento que ficou conhecido como “Disco Demolition Night”. O documentário “A Guerra da Disco Music”, no Curta!, conta, através de entrevistas e imagens de arquivo, as origens desse estilo e os motivos pelos quais foi objeto de ódio poucos anos após o seu surgimento.
No início dos anos 70, as danceterias de Nova York eram verdadeiros refúgios para as comunidades negra e LGBTQIA+. Nesses espaços, essas pessoas podiam dançar e se divertir livremente, embaladas por músicas e ritmos que representavam a sua cultura e sua existência. As batidas alegres e envolventes ultrapassaram as barreiras das baladas nova-iorquinas e conquistaram uma legião de admiradores. Após o lançamento do filme “Saturday Night Fever” (1977), com John Travolta, a disco music dominou as rádios norte-americanas, tirando espaço de outros estilos, como o rock. “A disco estava por toda parte. Era onipresente”, afirma Dave Logan, diretor de promoção da WLUP-FM. “De repente, muitas rádios queriam entrar na onda da disco”, completa o consultor de mídia Lee Abrams.
Steve Dahl era apresentador de um programa de rock em uma rádio de Chicago. Um dia, após uma ação fora do estúdio, ele descobriu que seria demitido e o seu programa substituído por um voltado para a música disco. Enfurecido, Dahl encontrou em outra estação, a The Loop, um palanque para atacar o gênero musical que seguia conquistando milhares de fãs diariamente. Seus discursos inflamados chamaram a atenção dos amantes do rock’n’roll, mas também de conservadores que viam no sucesso da disco music a valorização das culturas negra e queer, coisa que desprezavam.
Foi esse sentimento que reuniu mais de 50 mil pessoas dentro do estádio Comiskey Park em 1979. O evento criado e amplamente divulgado por Dahl foi brutal para a disco. Depois das imagens, grande parte das rádios norte-americanas pararam de tocar o gênero. Da mesma forma, baladas ao redor do país substituíram as canções dançantes e cheias de ritmo por outros estilos. “A noite no Comiskey Park foi o que acendeu o estopim. E algumas rádios pararam de tocar disco. Não foi gradual. Foi da noite para o dia”, explica Felipe Rose, ex-integrante do grupo disco Village People.
Os shows também se tornaram escassos. A cantora Linda Clifford, um nome em ascensão na época, foi terrivelmente afetada. “Não havia mais trabalho. Eu não acho que eles pensaram no quanto poderiam machucar pessoas, especialmente mulheres. Era uma época em que estávamos entrando na indústria e tendo sucesso”, relembra a artista. A fatídica noite fez com a música disco tivesse que se reinventar. E ela fez isso. A house music surgiu em Chicago anos depois e reunia muitos aspectos da sua precursora de uma forma mais refinada. “A disco estava pronta para se reinventar. Sem a ‘destruição da disco’, não existiria a house music”, afirma o jornalista Dave Hoekstra.
“A Guerra da Disco Music” é uma produção da Lone Wolf Media. O filme pode ser assistido no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A exibição é no dia temático Segundas da Música, 06 de janeiro, às 23h.
Segundas da Música – 06/01
23h– “A Guerra contra a Disco Music” (Documentário)
O documentário explora a guerra cultural que eclodiu devido à incrível ascensão da música disco. Com origem em clubes clandestinos de negros e homossexuais, a discoteca destronou o rock como a música mais popular da América no final da década de 70. Mas muitos fãs obstinados do rock viam a discoteca como algo superficial e pouco profundo. Uma história que é muito mais do que música. Direção: Lone Wolf Documentary Group, American Experience Duração: 52 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 7 de janeiro, terça-feira, às 3h e às 17h; 8 de janeiro, quarta-feira, às 11h; 11 de janeiro, sábado, às 22h; 12 de janeiro, domingo, às 16h
PROMO: Link
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Terças das Artes – 07/01
23h– “Modigliani e seus segredos” (Documentário)
A obra de Modigliani está entre as mais reconhecidas na arte moderna. O filme revela os segredos por trás dos mitos que cercam esse artista boêmio. Direção: Jacques Loeuille Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: 8 de janeiro, quarta-feira, às 3h e às 17h; 9 de janeiro, quinta-feira, às 11h
PROMO: Link
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Quartas de Cena e Cinema – 08/01
21h20– “Moto Contínuo: uma Imersão na São Paulo Companhia de Dança” (Documentário)
Quanta musculatura física e emocional é necessária para um corpo flutuar? Inês Bogéa, diretora artística da São Paulo Cia de Dança, e sua equipe se movem em busca de compreender e realizar o que é o balé em todas as suas possibilidades. Do clássico ao contemporâneo, a companhia se adapta e evolui a cada montagem com diferentes coreógrafos e suas distintas linguagens. Entre salas de ensaio, palcos e bastidores, o documentário apresenta depoimentos em off das múltiplas vozes que constroem o corpo de uma companhia disposta a superar até uma pandemia para se manter em movimento. Direção: Marco Del Fiol Duração: 88 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 9 de janeiro, quinta-feira, às 1h20 e às 15h20; 10 de janeiro, sexta-feira, às 9h20; 13 de janeiro, segunda-feira, às 0h45
FOTOS: Link
Grupo Curta!
• O canal Curta!, linear, está presente nas residências de mais de 5 milhões de assinantes de TV paga e pode ser visto nos canais 556 da Claro tv, 75 da Oi TV e 664 da Vivo Fibra; além de em operadoras associadas à NEO.
• O CurtaOn, clube de documentários do Curta!, disponível no Prime Video Channels, na Claro tv+ e no site da plataforma, conta com centenas de filmes e episódios de séries documentais organizadas por temas de interesse sobre cultura e humanidades. Há também pastas especiais com novidades -- que estreiam a cada mês --, conteúdos originais, inéditos e exclusivos, biografias, além de uma degustação para quem ainda não é assinante do serviço. A assinatura tem o valor de R$ 14,90/mês.
• O BrasilianaTV é o novo streaming do Curta!. Distribuído gratuitamente para todos os assinantes da Claro tv+ inicialmente sem custo adicional. O serviço oferece uma ampla gama de séries e filmes brasileiros, abrangendo tanto as ficções quanto os documentários, desde os clássicos do nosso cinema até produções mais recentes.
• O Porta Curtas, primeiro e maior site de catalogação e exibição de curtas-metragens do Brasil, tem em seu acervo desde clássicos do cinema nacional a obras recentes que se destacaram em festivais. Para ter acesso ao catálogo, basta assinar o plano através do site oficial Porta Curtas no valor de R$ 6,90/mês. Assinantes Claro tv+ têm acesso gratuito a todo o acervo;
• O CurtaEducação, plataforma de streaming que une educação e entretenimento para promover ciência e cultura por meio do audiovisual. No site, as obras são classificadas por disciplinas e etapas de ensino, e são acompanhadas por ferramentas pedagógicas e materiais didáticos complementares.
As atividades do Grupo Curta! também promovem a geração de royalties para produtores audiovisuais independentes, com a exploração de seus direitos audiovisuais nas diferentes janelas de streaming. Os catálogos CurtaOn, PortaCurtas e BrasilianaTV irão repassar anualmente, somados, perto de R$ 1,5 milhão de reais em royalties aos produtores dos conteúdos difundidos.
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