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Sebrae Mato Grosso celebra 50 anos com exposição de arte mato-grossense em Brasília


Para comemorar seus 50 anos de atuação, o Sebrae Mato Grosso realiza, no Museu Nacional da República, em Brasília, uma exposição coletiva dedicada à produção artística do Estado. Lírica, crítica e solar: artes visuais em Mato Grosso, reúne 200 obras de 50 artistas, tem curadoria de Divino Sobral e Laudenir Gonçalves, com assistência de curadoria de Rosana Schmitt e expografia de Guilherme Isnard.  A exposição será inaugurada em 18 de março e ficará em cartaz até 11 de maio, na sala principal do museu.  O evento conta com a parceria do Governo do Distrito Federal e do próprio museu.

 

A iniciativa abre o calendário de celebrações pelos 50 anos do Sebrae Mato Grosso, que ocorre em setembro de 2025. O objetivo é oferecer aos visitantes uma nova perspectiva sobre a história do Estado, retratada por meio da arte. A exposição se dedica a mostrar riquezas culturais que fazem parte da Cadeia da Economia Criativa, com recorte para as artes visuais, comprovando que Mato Grosso é também um grande celeiro criativo e artístico. A expectativa do Sebrae/MT é que cerca de 50 mil pessoas visitem a exposição.

 

Para a diretora-superintendente do Sebrae/MT, Lélia Brun, 2025 é um ano muito especial para a instituição, afinal celebra meio século de atividades. “Estamos celebrando 50 anos de uma jornada que impactou a vida de milhares de empreendedores e o próprio desenvolvimento de Mato Grosso. Sabemos o quanto o Sebrae fez e faz pelos pequenos negócios e essa história merece ser enaltecida em grande estilo. Realizar essa exposição com artes de 50 artistas de Mato Grosso, no Museu Nacional da República, na capital Federal, é uma conquista maravilhosa, que enaltece todo esse passado, mas também anuncia nosso compromisso com o presente, e com os próximos 50 anos”, explica enfatizando o papel da arte, no contexto do empreendedorismo.

 

“A arte, a Cultura, a Economia Criativa, não só geram negócios, trabalho e renda, como resumem a essência humana, são elas o ponto de convergência entre as gerações, entre as diferentes culturas que formam nossa rica sociedade”, destaca.

“Nosso compromisso é apoiar os empreendedores de Mato Grosso e fortalecer os setores produtivos do Estado. Temos uma trajetória marcada pela dedicação ao desenvolvimento sustentável e valorização das genuínas expressões culturais mato-grossenses. Atuamos nos biomas Pantanal, Cerrado e Amazônia, com um olhar atento às tradições, costumes e culturas, impulsionando negócios que possam ganhar competitividade e conquistar novos mercados, inclusive no cenário internacional”, complementa o diretor Técnico do Sebrae/MT, André Schelini, ao falar sobre os propósitos da instituição e dos compromissos com a produção artística do Estado.

É preciso romper fronteiras e fazer circular a produção artística, ainda pouco conhecida no Brasil pela pouca divulgação do setor”, conclui.  

Sobre a exposição

 

O processo curatorial escolheu obras e artistas de oito municípios mato-grossenses (Cuiabá, Canarana, Chapada dos Guimarães, Guiratinga, Nobres, Rondonópolis,

Rosário Oeste e Várzea Grande), contemplando técnicas como pintura, aquarela, escultura, objetos, cerâmica, fotografia e documentário.

 

As peças foram selecionadas a partir de 16 acervos, incluindo três institucionais, três comerciais e 10 privados. As obras vão estar dispostas na exposição em sete núcleos temáticos: Ancestralidade indígena e indigenismo, A natureza: entre a pujança e a devastação, A presença da arte popular, Conexão com a religiosidade, A cidade de Cuiabá e a cuiabania, O povo mato-grossense e O grande Mato Grosso e a criação das instituições artísticas.

 

A exposição ainda presta homenagem a quatro personalidades femininas de grande relevância para a história da arte em Mato Grosso: Aline Figueiredo, Dalva de Barros, Maria Lygia de Borges Garcia e Magna Domingos.  Além disso, destaca a obra de Inês Correa da Costa, primeira artista mato-grossense a alcançar projeção nacional.

 

No total, 31 artistas vivos e 19 falecidos terão suas obras exibidas, consolidando a exposição como um tributo à rica produção artística do Estado. Dessa forma, o evento busca fortalecer e dar visibilidade ao trabalho de artistas, estudiosos e incentivadores da arte, reconhecendo a contribuição deles para a cultura mato-grossense e nacional.

 

O curador Divino Sobral, titular responsável por desenhar o fio condutor da pesquisa e seleção das obras, empregou a ela uma narrativa histórica. Ele explica que o simbolismo do título da exposição ‘Lírica, crítica e solar: artes visuais em Mato Grosso’, faz referência a alguns aspectos que caracterizam a produção artística.

 

“Por um lado, o lirismo expresso na interpretação subjetiva e afetiva da cultura; por outro, a crítica que revela a consciência dos artistas sobre a realidade do tempo e do espaço em que eles vivem; ambos qualificados como solar, adjetivo que indica a intensa luminosidade de Mato Grosso que se traduz em sua arte de vibrante colorido, e que aponta a elevada temperatura de uma arte feita com os engenhos do cérebro e com a pulsação do coração”, diz.

Passado, presente e futuro

Além do reconhecido conjunto de artistas que já compõem esse histórico, novos nomes do movimento contemporâneo desabrocham no contexto artístico estadual, expressando talento e sensibilidade às produções que comprovam a vocação de Mato, que merece  ocupar lugar de destaque no universo das artes e da cultura, nacional e internacional. O evento pretende inserir Mato Grosso no circuito da arte e da crítica contemporânea, ainda muito centralizada nos eixos Sul e Sudeste do Brasil.  

O Museu

O Museu Nacional da República, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, ocupa uma área de 15 mil metros quadrados. Foi inaugurado em dezembro de 2006. É um dos museus mais visitados do Brasil. Por ele passaram em 2024, 305 mil visitantes. Nos fins de semana, cerca de 5 mil pessoas visitam o local. É administrado pelo governo do Distrito Federal e compõe o conjunto cultural, formado também pela Biblioteca Nacional de Brasília, localizado no Setor Cultural Sul, Lote 2, na Esplanada dos Ministérios.

A arte mato-grossense

Mato Grosso possui um histórico respeitável no campo das artes plásticas, especialmente na pintura. Grandes artistas nasceram nos ateliês livres, criados pelo Governo do Estado, final da década de 1970, e pela Universidade Federal de Mato Grosso, que sediou o ateliê como braço educador do Museu de Arte e de Cultura Popular - Macp, no início da década de 1980 até tempos recentes, em Cuiabá. Estes espaços responderam pelo estímulo e formação de uma geração de pintores que ganhou notoriedade em movimentos importantes da arte nacional, como a ‘Geração 80’.


Artistas como Gervane de Paula, Adir Sodré, Dalva de Barros, Benedito Nunes, Regina Pena, Humberto Espindola, Vitória Basaia e muitos outros, se destacaram pela força expressiva e qualidade de suas obras e inspiraram novas gerações. A partir deles, alguns colecionadores foram atraídos para Mato Grosso, abrindo espaço para participações da arte local em exposições nacionais e internacionais. 


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