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'Sangue': Fábula ácida sobre o fazer artístico e as relações de poder estreia segue em cartaz no CCBB-BH


Até que ponto o poder e a dominação compõem a essência do ser humano e as relações sociais e de trabalho? O espetáculo “Sangue”, escrito por Kiko Marques especialmente para os atores Carol Gonzalez, Leopoldo Pacheco, Marat Descartes e Rogério Brito, está em cartaz até 30 de dezembro no CCBB BH. A peça tem sessões de sexta a segunda-feira, sempre às 20h. Kiko Marques também assina a direção. O espetáculo conta com o patrocínio do Banco do Brasil, com incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). Em circulação, já passou pelo CCBB São Paulo, CCBB Rio de Janeiro, ambas com grande sucesso de público e crítica, e depois de BH, ainda seguirá para o CCBB Brasília.

A obra propõe uma discussão sobre o poder e a dominação, a partir da história de dois atores que, durante a montagem de um texto de um grande autor francês, já falecido, recebem a notícia da revogação de seus direitos autorais.

“A ideia foi criar um poema cênico, um mito sobre as inúmeras e insuspeitáveis formas de guerra e dominação do ser humano por outro ser humano; sobre a necessidade de possuir o outro, mas também sobre o verdadeiro pertencimento e a fraternidade que brota nos mais imprevisíveis campos”, afirma o autor e diretor Kiko Marques.

“Sangue” surge a partir de um acontecimento similar ocorrido com parte da equipe da peça que, há alguns anos, teve um projeto artístico bloqueado por questões de direitos autorais. Kiko se inspirou no inconveniente da situação para falar sobre aspectos brutais da natureza humana. Como uma miniatura do mundo, os conflitos da peça espelham os conflitos que a própria sociedade atravessa.

“Falar sobre o poder e a dominação é revelar uma parte fundamental da essência das relações sociais humanas. No caso de “Sangue”, é tirar o véu com que se camuflam nas mais justificáveis intenções. É mostrar a verdadeira face da violência e da usurpação do outro”, afirma.

 

ACESSIBILIDADE: No próximo dia 21/12, sábado, haverá apresentação com interpretação em Libras e audiodescrição. A peça também conta com programas em Braille. E em todas as apresentações, será disponibilizado, por meio de um QR Code, um vídeo do espetáculo em Libras (formato digital). Caso a pessoa não possua um aparelho compatível, ela deverá acionar a produção do espetáculo para ter acesso ao equipamento.

O fazer artístico no cerne do espetáculo

 

Em “Sangue”, os franceses - detentores dos direitos da obra - armam uma armadilha para se apoderar do projeto dos artistas brasileiros, fazendo-os perder o domínio daquilo que eles próprios idealizaram. Assim, a peça também traz para o debate questões que envolvem a produção artística e os trabalhadores da cultura, mostrando um pouco dos bastidores, numa situação fictícia, mas que poderia muito bem ser verdade.

“Quis abrir a porta da nossa casa (os bastidores do teatro) ao olhar de quem não vive essa realidade, para que esse espectador pudesse conhecer, em parte, nossa ‘aldeia’ (como diria Tolstoi); conhecer as pessoas envolvidas com o fazer teatral, seus anseios, suas paixões e reconhecer-se nelas”, completa Kiko.

O texto também discute o olhar eurocêntrico e a violência de gênero, que aparece desde o início do relacionamento amoroso entre o diretor francês e a atriz brasileira.

A equipe criativa conta ainda com o mineiro André Cortez na criação do cenário, Marichilene Artisevskis nos figurinos, Gabriele Souza no desenho de luz e Marcelo Pellegrini na música original. Kiko Rieser assina a direção de produção.

SINOPSE:

Carin e Cesar Santo estão ensaiando "Sangue", peça de Aponti, genial autor francês já falecido, quando chega a informação de que os direitos da montagem foram cancelados por Victor, irmão do autor. Carin, então parte para entender o que aconteceu e tentar revogar essa decisão por meio de Leon, seu ex-marido e amigo íntimo de Victor. A partir disso e do encontro dessas pessoas, o rumo dessa montagem e de suas vidas irá mudar radicalmente.

 

FICHA TÉCNICA:

Texto e direção: Kiko Marques

Elenco: Carol Gonzalez, Leopoldo Pacheco, Marat Descartes e Rogério Brito

Cenário: André Cortez

Desenho de luz: Gabriele Souza

Figurinos: Marichilene Artisevskis

Música original: Marcelo Pellegrini

Visagismo: Leopoldo Pacheco

Assistência de direção: Matilde Mateus Menezes

Técnico e operador de luz e som: Rodrigo Palmieri

Design gráfico: Letícia Andrade (Nós Comunicações)

Fotos: Heloísa Bortz

Mídias sociais: Felipe Pirillo (Inspira Comunicação)

Assessoria contábil: Juliana Rampinelli Calero

Supervisão administrativa e prestação de contas: Dani Angelotti

Direção de produção: Kiko Rieser

Produção executiva: Fernanda Lorenzoni

Idealização e projeto: Carol Gonzalez e Kiko Rieser

Realização: Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil

Patrocínio: Banco do Brasil

 

Circuito Liberdade

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

 

SERVIÇO:

Espetáculo “Sangue”

Temporada: Até 30 de dezembro de 2024

Dias e Horário: Sexta a segunda, às 20h

Duração: 100 min

Classificação: 14 anos

Ingressos: R$ 30 | R$ 15 meia

Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada.

Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria física ou pelo site ccbb.com.br/bh

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte

Endereço: Praça da Liberdade, 450 - Funcionários, Belo Horizonte - 30140-010

Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 22h(fechado às terças)

Mais informações em bb.com.br/cultura


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