Saiba mais sobre os números do Distrito Federal no Anuário da Reciclagem 2024
Em um momento em que o mundo sofre com as mudanças climáticas e discute transformações urgentes em direção a sistemas mais equilibrados de convívio e exploração do meio ambiente, o Anuário da Reciclagem 2024, é um estudo que expõe e analisa dados sobre o setor de recuperação de resíduos no país. Em sua sexta edição, o Anuário é o mais completo estudo brasileiro sobre a atuação das organizações de catadores de materiais recicláveis. O lançamento contou com a presença de especialistas e representantes de catadores.
Com rigor metodológico e informações detalhadas, o Anuário joga luz sobre a relevância socioambiental do trabalho realizado por catadoras e catadores em todo o país. Com números significativos, o estudo aponta para 3.028 organizações ativas no Brasil, responsáveis pela destinação de 1,68 milhão de toneladas de materiais para a reciclagem em 2023. Dentro das cooperativas e associações mapeadas estão trabalhando 70.608 catadoras e catadores. Mais especificamente, 38.280 mulheres (54,2%) e 32.328 homens (45,8%) estão distribuídas pelas organizações em todas as regiões do país, comprovando, mais uma vez, a proeminência feminina na categoria. Outro dado significativo sobre a categoria é o que apresenta o faturamento conjunto de R$1,3 bilhão destas organizações, na comercialização destes materiais triados em 2023.
Desempenho do Distrito Federal revelado pelo Anuário da Reciclagem
De acordo com o Banco de Dados (BD) do Anuário da Reciclagem, das 3.028 organizações de catadoras e catadores registradas, o Centro-Oeste possui 269, destas 56 são do Distrito Federal.
A base de dados do Anuário da Reciclagem identificou 3.028 organizações, que juntas possuem 70.608 catadoras e catadores. Destes, 7.527 estão concentrados no Centro-Oeste, sendo 2.365 no Distrito Federal. Vale destacar que a proporção entre homens e mulheres é liderado pelo gênero feminino em todo o país. No Centro-Oeste em específico são 4.351 mulheres e 3.175 homens.
Os catadores e catadoras obtiveram uma média de R$1.272,57 mensais, valor abaixo do salário-mínimo. As disparidades sociodemográficas do país continuam a se refletir nas médias mensais registradas em cada região. No Centro-Oeste a média é de R$ 1.161 por catador, sendo que no Distrito Federal este valor é ainda menor: R$ 1.050.
As informações do Banco de Dados do Anuário 2024 apontam uma quantidade total nacional de materiais coletados e destinados para reciclagem de 1,68 milhão de toneladas, dentro deste número o Centro-Oeste destinou 166,0 mil toneladas, e em específico o DF, 17.132,79 mil toneladas de materiais reciclados.
Entre os materiais mais reciclados na capital estão: papel com (9.884,43 mil toneladas), Plástico com (3.080,91 mil toneladas), Alumínio (190,05 toneladas), Outros metais (819,07 toneladas), e o Vidro com (3.158,33 mil toneladas).
Importante destacar o valor por kg de cada material vendido no DF. Papel: R$ 0,34; Plástico: R$ 1,58; Alumínio: R$ 6,34; Outros metais: R$ 0,45; Vidro: R$ 0,12. Detalhe importante, o Distrito Federal possui o quilo mais caro da venda do Alumínio R$ 6,34, enquanto a média nacional é de R$ 4,72.
Dito isto, as 256 organizações do Centro-Oeste tiveram uma média de faturamento anual de R$ 403.670,42. Em Brasília, a média foi de R$ 9.683.420,34.
A relevância do Anuário da Reciclagem
O documento vai além dos números. Ele chega, mais uma vez, em um contexto estratégico, quando o Brasil e o mundo ainda reverberam os assuntos discutidos em encontros globais como a COP29, no Azerbaijão, e o G20, realizado no Brasil, que trataram temas diretos e indiretos para o enfrentamento às mudanças climáticas, além de medidas integradas para combater os desequilíbrios sociais que afetam grande parte do mundo, entre elas iniciativas estratégicas para uma gestão integrada de resíduos mais ampla e eficiente.
Em mais um ano de sua trajetória, o Anuário da Reciclagem reforça a importância de uma gestão de resíduos adequada no Brasil, com a valorização do trabalho de catadores de materiais recicláveis e suas organizações como atores estratégicos da economia circular e da preservação ambiental.
Sobre o Instituto Caminhos Sustentáveis - ICS
O Instituto Caminhos Sustentáveis - ICS é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada para alavancar o desenvolvimento sustentável e gerar impacto positivo na sociedade. Isso por meio de: ações relacionadas ao enfrentamento às mudanças climáticas, ao avanço da economia circular, à preservação do meio ambiente, à melhoria da gestão integrada de resíduos sólidos no Brasil e no mundo, à geração de trabalho e renda e à inclusão social a de populações em situação de vulnerabilidade socioambiental.
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