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Réveillon na Prainha dos Orixás terá dois dias de muita celebração e espiritualidade, confira a programação


Você sabia que muitas tradições de ano novo no Brasil estão imersas na ancestralidade da comunidade negra, com origem nas religiões de matriz africana?. “Todo brasileiro tem um pezinho na África, tais ações como pular sete ondinhas, passar o réveillon de branco, jogar flores na água, acender velas, são alguns dos bons exemplos desta tradição herdada principalmente do Candomblé e Umbanda”, explica Bábà Joel de Osàgíyan. 


Na capital do país, mais especificamente na Prainha dos Orixás, essa celebração é uma das maiores do país, onde anualmente reúne mais de 10 mil pessoas durante os dois dias de programação. Estamos preparando uma festa de Réveillon linda, bastante diversa, inclusiva e acessível!”, afirma Dorival Brandão, produtor da festa. 


Durante os dois dias de evento, haverá homenagens para todos os orixás, além da tradicional queima de fogos, adequada à nova política de baixo impacto sonoro.


Para Mãe Baiana de Oyá, do Candomblé, “a chegada do ano novo é um momento significativo para o povo de terreiro, especialmente nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda. Este período é visto como um momento de renovação, reflexão e celebração das divindades com muito respeito. 


Já Mãe Cícera da Oxum, da Umbanda, destaca a importância da Praça dos Orixás, às margens do Lago Paranoá, para a renovação de energias e purificação. “Ter um espaço como a Praça dos Orixás, exclusivo para as religiões de matriz africana, é muito importante para nós! Principalmente por estar  às margens de um lago, pois é ali que finalizamos o nosso ciclo, renovamos a nossa energia, tomamos o nosso banho com água cheiro e ervas, limpamos o nosso coração e recebemos o novo ano. É um momento único onde celebramos e adoramos em comunhão com todos”.


30 de dezembro: início da programação com o Entardecer dos Ojás 


A organização do evento criou uma comissão com a participação de lideranças culturais e religiosas de matriz africana e afro-brasileiras. “O objetivo de criar a comissão é garantir o protagonismo do povo que ocupa a praça, no caso a comunidade de terreiro de todo o DF e entorno que encara o espaço como referência e local de resistência”, explica Dorival.


A partir dessa iniciativa, foi montada uma ampla programação que envolve gastronomia, artesanato e manifestações musicais, além dos ritos religiosos. Para o conforto dos frequentadores, área coberta, serviços de segurança, atendimento médico, e medidas de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais.


“Teremos campanhas de conscientização das políticas de proteção e valorização das mulheres e contra qualquer tipo de preconceito e intolerância. Na parte cenográfica, os homenageados serão os nossos orixás, em especial Ogum e Iansã, que tiveram suas imagens depredadas e suprimidas da praça anos atrás”, destaca Dorival.


O início da celebração para a chegada de 2025 na Prainha dos Orixás começa na segunda-feira, 30 de dezembro, a partir das 15h, com o ritual do Entardecer dos Ojás. 


“O Entardecer dos Ojás foi criado há 15 anos no Complexo Cultural de Planaltina, como uma manifestação de valorização, demarcação e resistência à cultura negra. Há 10 anos realizamos ele na Prainha dos Orixás, sempre no dia 30, data onde recebemos a praça e a preparamos para nos receber. Nós pegamos  nossos ojás - que são os panos brancos - e adornamos todas as árvores do espaço, pedindo paz, amor, energia positiva, saúde e prosperidade para 2025, com músicas, danças e cantos”, explica Bábà Joel de Osàgíyan idealizador do Entardecer. 


Após o ritual, muita música vai tomar de conta do local com a roda Sambrasília & Real Samba (17h), seguido de Samba dos Amigos SDA (18h), Valerinho Xavier e Tereza Lopes (20h), Samba da Tia Zélia (22h), e Ponto Br (0h). 


“O ano novo é um momento de reflexão pelo encerramento e o recomeço de um ciclo, e para nós é importante comemorar esse momento e agradecer as bênçãos recebidas. Brasília é uma cidade que representa a diversidade de nosso país, e nada mais justo que a cultura afro-brasileira estar presente nessas comemorações”, pontua Rafael Moreira, Presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno. 


31 de dezembro: celebrações até as 6h 


Encontro de baterias com Aruc e Capela Imperial (18h), Célia Rabelo e Rosemaria (19h30), Até Dudu (21h), Coletivo das Yas (22h), seguido pelas apresentações de expressão das religiões de matrizes africanas e afro-brasileiras. Após a virada do ano, a música volta ao palco com a banda Patacori (0h30), Ana Cardoso, Jóia do Couro (2h), e Grupo Cultural Obará (4h). O encerramento das atividades será às 6h. 


“A festa representa uma força para a visibilidade das práticas e tradições afro-brasileiras, promovendo o respeito e a valorização da diversidade cultural, reafirmando seu pertencimento a uma cultura rica e histórica, principalmente agora com o reconhecimento oficial do Governo de Brasília, como capital do Brasil, onde oferece uma visibilidade nacional e internacional para as religiões de matriz africana, contribuindo para o respeito e a diversidade”, reforça Mãe Baiana de Oyá. 


Serviço 

Réveillon na Prainha dos Orixás  


Quando: terça e quarta-feira, 30 e 31 de dezembro 

Horário: 30 de dezembro, 15h à 1h30; 31 de dezembro, 17h às 6h. 

Para mais informações: @reveillonbrasilia2025


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