Poupar desde cedo: como funciona a aula de educação financeira para crianças
Mais de 70% dos brasileiros têm alguma dúvida, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a instituição, houve uma redução nos últimos meses, mas os números ainda são preocupantes. Para que as pessoas tenham maior controle financeiro e evitem se endividar, especialistas defendem que é importante ensinar o cuidado com o dinheiro desde a infância. Atualmente, inclusive, um projeto de lei em tramitação no Senado Federal (PL 5.950/2023) busca a inclusão da educação financeira no currículo escolar.
Para o professor de matemática Michell Ferreira Marques, ensinar educação financeira para crianças ajuda a desenvolver uma relação saudável com o dinheiro desde cedo. “Por meio dela, as crianças aprendem conceitos básicos como o valor do trabalho, a importância de poupar e investir, e como tomar decisões financeiras responsáveis”, aponta o educador.
Segundo Marques, que ministra aulas de educação financeira na Blue Global School, ter acesso a esse tipo de conteúdo traz diversos benefícios a longo prazo. “As crianças aprendem sobre o valor do dinheiro e como tomar decisões financeiras responsáveis. Assim, têm mais chances de ter uma vida financeira mais estável e segura, alcançar objetivos financeiros, evitar dívidas e ter uma aposentadoria tranquila”, pontua. Mas como é possível ensinar isso às crianças em sala de aula?
O docente explica que as finanças são destrinchadas em tópicos para que os pequenos entendam com naturalidade, por meio de jogos educativos, debates, simulações, entre outros formatos. Entre os tópicos estão o conceito e a origem do dinheiro, como usá-lo de forma responsável, a importância de poupar e investir, a diferença entre necessidades e desejos, como evitar dívidas, empreendedorismo e educação para o consumo.
Educação financeira em casa
De acordo com Michell, investir na educação financeira dos filhos é um presente dos pais e responsáveis para o futuro. A abordagem pode ser variada, como: conversar sobre o dinheiro; dar uma mesada para que eles aprendam como administrá-lo; levar os pequenos para fazer compras e, dessa forma, ensiná-los a comparar preços e fazer escolhas inteligentes; incentivar os filhos a poupar; ensinar sobre investimentos e ser um bom exemplo nesse aspecto; e, por fim, mostrar a forma como os adultos da casa administram o dinheiro de forma responsável.
“Vale lembrar que a educação financeira é um processo contínuo. Conversar sobre dinheiro ajuda as crianças a desenvolver suas habilidades financeiras ao longo da vida”, conclui o professor Michell Ferreira Marques.
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