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Pessoas cegas criam "Novelas para Escutar", onde a voz é explorada em sua potência expressiva


Motivados pelo desejo de promover arte em um formato que vá de encontro às suas capacidades, um grupo de pessoas cegas, com baixa visão e surdocegas vêm atendendo a oficinas formativas de cunho artístico.

Ao final do processo, sob a orientação de importantes nomes da produção cultural - por e para pessoas DV [Deficientes Visuais], e coordenado pela professora Clarissa Barros, os e as participantes, de diferentes faixas etárias, terão acumulado capacidade e autonomia para criação.

O que se poderá admirar, são peças culturais concebidas e produzidas por eles, de tratamento estético próprio, onde as singularidades ganham protagonismo. E, mesmo tratando-se de obras artísticas idealizadas para seus pares, a comunidade de pessoas com deficiência visual, cabe o convite aos videntes a apreciarem uma estética única e instigante.

Na composição dos audiodramas, a elaboração da trama a ser contada, a escolha das palavras para a construção do texto dramatúrgico, a concepção e caracterização das personagens e outros elementos, são trabalhados de forma adaptada às habilidades do elenco, portanto, desvinculados do paradigma da visualidade.

A proposta da iniciativa, fruto da experiência do Grupo Teatral no Escuro, o único na região no qual atuam pessoas DV, é dar visibilidade à produção cênica e interpretativa - onde a voz é explorada em sua potência expressiva - e dar luz e protagonismo ao movimento de artistas com deficiência em cena no Brasil, Artistas DEF.

Para Clarissa, Novelas para Escutar, ao capacitar um grande contingente da comunidade para a radionovela, “cria um marco no desenvolvimento de práticas de inclusão e promoção onde o artivismo resulta em cidadania artística”, avalia a coordenadora e idealizadora do projeto. O projeto conta com fomento do FAC - Fundo de Apoio à Cultura do DF, selecionado na categoria específica para Arte Inclusiva.

Compondo o processo de formação, também serão realizadas intervenções artísticas e haverá, ao final, uma demonstração do processo aberta ao público. Quanto aos audiodramas, estes serão veiculados em formato de podcast e serão compartilhados entre associações e entidades representativas, via webradio.

O processo é dividido em cinco etapas, sendo: Oficina: Voz Em Ação, com jogos teatrais, corpo e movimento, imagem corporal, aquecimento vocal pré-cênico, imagem vocal e improvisação; Oficina: Brincando de Ser, com criação de personagem, tipificação vocal, desenvolvimento de cenas e formação de grupos; Oficina: Contando Histórias, com cenas teatrais, roteiro, texto dramático, narrativas improvisadas, leituras e encenações em pequenos grupos; Prática: Novelas Para Escutar, com revisão e adaptação de roteiros, ensaios e apresentação performativa pública das novelas produzidas; e Gravação: Radionovelas, com captação de áudios, efeitos sonoros, criação de vinhetas e sonoplastia.

Serviço:

Demonstração do processo

Apresentação cênica de Novelas para Escutar

Local: Espaço Cultural Renato Russo, da 508 Sul

Dia e horário: sexta-feira, 16 de dezembro, às 16h

Entrada franca

Classificação indicativa: livre para todos os públicos


Ficha técnica:

Proponente: ABDV - Associação Brasiliense de Deficientes Visuais

Idealizadora: Clarissa Barros

Grupo Teatral no Escuro

Professores: Clarissa Barros (DF), Rosana Loren (MG), Edgar Jaques (SP), Fabio Deodato (SP), Marcus Aurélio e Rafael Nimoi, Sara bentes

Designer Gráfico e Mídias sociais: Iara Schankar

Produção e gestão Executiva: Ninja Loka produção

Produção: Carol Barreiro

Gestão: Janaína Mello

Acessibilidade digital: Gabriela

Assessoria de Imprensa: Rodrigo Machado

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