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Performer cria vídeos que convidam a refletir sobre segurança



Física, emocional, financeira, afetiva, todos e todas, em algum nível, se preocupam com a integridade particular e coletiva. Para debater esse tema de forma subjetiva e que toque com profundidade, o experiente artista Robson Castro concebeu duas videoperformances que trazem como pano de fundo a pandemia e a vulnerabilidade.

 

            Ambas disponíveis no canal do performer em @RobsonCastroArte, a primeira registra encontros com pessoas desconhecidas por meio de um abraço. Ato simples que, nas palavras de Robson, nos foi roubado durante a Pandemia de Covid-19 “por ter se tornado um risco à nossa sobrevivência e precisava ser evitado como forma de proteção”, recorda.

 

            Passados alguns anos da grave crise sanitária, para muitos, apesar de não compartilhadas, deixou marcas profundas, e isso se aflora em momentos sutis. Como o promovido pela performance Abraços que Perdemos na Pandemia. Ao longo de mais de três horas, Robson convidou transeuntes ao abraço voluntário em área de grande circulação.

 

Mesmo que efêmeras e por alguns poucos minutos, nessas trocas “ouvi relatos sensíveis de gente que foi atingida pelo vírus e pelas transformações na sociedade”, descreve Robson. Com uma edição que privilegia o documental, a videoperformance traz cenas tocantes que valem a pena serem assistidas.

 

            Já no segundo trabalho, Robson leva a espectadora e o espectador à exaustão, criada através do espelhamento entre quem o assiste e sua insistência em se manter equilibrado, numa série constante de quedas e levantadas por mais de 13 minutos.

 

            Em Um Experimento de Proteção Absoluta, Castro explora os limites do amparo e da vulnerabilidade. Na obra, uma provocação a refletir sobre segurança, o impacto no corpo e a inevitável exposição ao risco. Na tela fragmentada, o personagem, Castro, ora equipado com dispositivos de segurança, ora sem, propõe um diálogo sobre as fronteiras corporais.

 

O vídeo não busca respostas definitivas, mas convida a refletir até que ponto a proteção é absoluta, o que se perde quando se busca eliminar o risco, quando se está protegido ou não, de onde vem a insegurança, o que fazer para superar os medos cotidianos e os mais profundos, e até que ponto risco e proteção impõe limites.

 

            Quanto aos meios de segurança, Castro os detalha como “aparatos explícitos a exemplo de seguros saúde, residencial e veicular, lares e condomínios murados, e a submissão a uma carga horária de trabalho exaustiva para poder garantir padrões impostos”, elenca. A videoperformance do artista tem por objetivos disparar esses gatilhos, além de reflexões sobre o cotidiano.

 

São dois trabalhos distintos que adicionam elementos ao debate entre proteção e exposição à vulnerabilidade. Enquanto uma foi registrada na exposição de uma ambiente urbano, a outra foi gravada em uma sala, porém, ambas colocam o olhar de quem as assiste ao risco da surpresa, para falarem de medo e da necessidade de proteção. As videoperformances contaram com fomento do FAC - Fundo de Apoio à Cultura do DF.

 

Assista aos vídeos em:

 

"Abraços que perdemos na pandemia", https://www.youtube.com/watch?v=1QVmCw9dYVM

 

e

 

“Um experimento de proteção absoluta”, https://www.youtube.com/watch?v=qai_0_hi8O4

 

 


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