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Novo filme de Almodóvar decepciona por ser um drama sem emoção e ter atuações apáticas

Quando fui convidado para assistir O Quarto Ao Lado, um filme de Pedro Almodóvar, minha expectativa estava alta. Afinal, Almodóvar é um cineasta que admiro muito, conhecido por sempre surpreender e por sua habilidade em criar tramas inesperadas, repletas de intensidade emocional. Com Tilda Swinton no elenco, uma atriz igualmente admirada, e Julianne Moore como co-protagonista, parecia ser uma combinação promissora. No entanto, o que se desenrolou na telona foi uma experiência muito aquém do que eu esperava, principalmente pela entrega fraca de Julianne Moore.


O fato de O Quarto Ao Lado ser o primeiro trabalho do cineasta totalmente americano já indicava uma tentativa de seguir um caminho diferente, o que, por si só, não seria um problema. Almodóvar, ao longo de sua carreira, já demonstrou sua versatilidade e talento para transitar entre gêneros e estilos sem precisar se provar. Contudo, o filme sofre não pela falta do “toque Almodóvar”, mas pela ausência de uma história envolvente e atuações convincentes, especialmente de Julianne Moore.


A trama, centrada em Ingrid (Julianne Moore), uma escritora que acaba de lançar um best-seller sobre o seu medo da morte, e Martha (Tilda Swinton), uma repórter de guerra com câncer terminal, até tinha um ponto de partida interessante. A relação entre a protagonista e o espectro da morte poderia ter sido explorada de forma profunda e significativa. No entanto, a narrativa se perde em situações que parecem mais uma tentativa de preencher tempo de tela do que de criar uma conexão emocional com o público.


A atuação de Julianne Moore, infelizmente, contribui para a sensação de apatia do filme. Moore, uma atriz talentosa, aqui parece desmotivada, com uma performance plástica que não consegue transmitir a profundidade emocional que a personagem exige. Em contraste, Tilda Swinton tenta trazer algum vigor à tela, mas mesmo sua presença marcante não é suficiente para elevar o filme.


O ponto mais crítico, porém, é a falta de propósito do filme. Ao longo de O Quarto Ao Lado, não há uma moral clara, um objetivo tangível ou uma mensagem forte que normalmente se espera de um drama tão intimamente ligado à morte e à amizade. Em vez disso, o filme parece pedir ao espectador que simplesmente “aprecie a jornada”. Mas essa jornada, carregada pela fraca atuação de Moore e por uma história que não se desenvolve, torna-se difícil de acompanhar.


No fim, O Quarto Ao Lado termina sem causar impacto ou reflexão. É um filme que, para quem gosta de Almodóvar e do potencial de uma narrativa intimista, entrega pouco. O resultado é um filme sem sal, sem propósito claro e que deixa uma sensação de falta de motivação tanto na tela quanto no público.


NOTA: 👍👍👎👎👎

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