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Mariana Leal, do escritório Morada 31.12, assina o ambiente "Morada 11.11", em homenagem ao centenário do grande artista Jenner Augusto


A arquiteta Mariana Leal estreia na CASACOR Brasília, considerada a mais completa plataforma cultural de arquitetura, paisagismo, arte e design de interiores das Américas, fazendo uma reverência a um artista importante para as artes brasileiras e um resgate de sua própria ancestralidade. Em um ambiente aberto e fluido, referências de arte, objetos, móveis e memórias afetivas estarão dispostas como parte integrante da vida de Mariana Leal, sobrinha-neta do artista sergipano Jenner Augusto, em um living projetado para receber amigos e familiares, com materiais e recursos atualizados, reverenciando diretamente a casa de seu tio-avô.

Da mesma forma como o nome do seu escritório – Morada 31.12 – leva a data do seu aniversário, o ambiente assinado por Mariana Leal ganha o nome Morada 11.11, data de centenário de Jenner Augusto da Silveira, grande artista homenageado do espaço. E, como uma feliz coincidência, o tema da mostra deste ano – De Presente, o Agora – estimula um mergulho profundo em nossas raízes e, segundo a arquiteta, a encontrar algumas respostas para perguntas como “por que fazemos o que fazemos”. “Sendo minha estreia na mostra, procurei resgatar memórias relacionadas com a minha escolha pela arquitetura, profissão que abracei há 25 anos”, explica Mariana.

Filha de uma baiana e de um carioca, a arquiteta passava as férias entre Rio de Janeiro e Salvador. Foi no Rio Vermelho, bairro boêmio da capital da Bahia, onde ficava a casa dos tios Jenner Augusto e Luíza Silveira, que Mariana Leal descobriu precocemente sua vocação. “Esse ambiente vibrante, frequentado por artistas, músicos e intelectuais, formou as minhas referências que me inspiram até hoje.” Esse momento da vida de Mariana foi tão importante em sua formação que ela lembra com nitidez os detalhes daqueles dias. “Se preciso fosse, poderia reproduzir com fidelidade os detalhes desta ‘casa-ateliê’ que até hoje, pela personalidade, continua no meu imaginário e nas várias escolhas que faço quando desenvolvo projetos”, relembra.

Tanto quanto as paredes eram ocupadas por obras de Jenner, treliças e azulejos, o jardim desenhado por Burle Marx, a casa do tio-avô era frequentada por nomes como Carybé, Mário Cravo Júnior, Jorge Amado e Dorival Caymmi, que apareciam para bate-papos e deixaram sua marca na arquitetura do local, palco de discussões sobre o modernismo recém-chegado nos primeiros anos da década de 1960. “Era uma preocupação entre essas personalidades a preservação do regionalismo baiano, pois o modernismo ganhava força na elite brasileira”, conta a profissional. A solução encontrada por Jenner foi ocupar esses novos espaços com sua arte, trazendo a tradição aos novos tempos, postura que os arquitetos modernistas abraçaram e tornou o movimento único no cenário mundial. Hoje, as obras de Jenner Augusto fazem parte de coleções singulares de diversas personalidades, como Roberto Carlos, Família Marinho e Ibaneis Rocha.

Para enriquecer ainda mais o repertório do ambiente, Mariana Leal realizou uma extensa pesquisa sobre a vida e obra de Jenner Augusto, visitando monumentos, painéis, telas e espaços pintados por ele, além de aprender mais sobre o cenário artístico e arquitetônico da época em que Jenner esteve em atividade. O resultado da mistura da pesquisa com sua vivência familiar foi um projeto que se utiliza de elementos que representam as raízes que as pessoas incorporam ao longo da vida.

A planta do ambiente privilegia a integração total, demarcando os espaços com elementos arquitetônicos típicos do Brasil, como a treliça. Tons naturais da madeira, do mármore e dos estofados recebem tons vibrantes presentes nas obras de arte e fotografias assinadas por mestres brasileiros, que tem curadoria de Mario Britto. O uso de materiais naturais simples, como a lajota de adobe, em contraponto ao mármore Travertino, faz esse jogo entre o antigo e o contemporâneo, também presente na escolha de mobiliário modernista com peças atuais nacionais. A iluminação intimista emoldura o ambiente, tornando-o acolhedor e elegante. Mas o que mais se destaca é a identidade e personalidade. “Desenvolvi um azulejo exclusivo para a Morada 11.11, que expressa a minha paixão pelo que trazemos como bagagem de vida e transformamos em memórias no presente”, conta Mariana Leal.

O Brasil é exaltado em cada elemento e, assim como a memória da arquiteta, o espaço ganha amplitudes além materiais, fazendo com que o visitante se familiarize com a proposta. “Meu objetivo é oferecer uma experiência imersiva em um ambiente rico culturalmente, em que as artes, a música, o design e os objetos afetivos dessa ‘casa-atelier’ transmitam as emoções de uma época imortalizada que modificou a arquitetura e a nossa percepção sobre como a arte está impregnada em nossas raízes e nas nossas casas.”

Sobre a CASACOR

Empresa do Grupo Abril, a CASACOR é reconhecida como a mais completa plataforma cultural de arquitetura, paisagismo, arte e design de interiores das Américas. O evento reúne, anualmente, renomados arquitetos, decoradores e paisagistas, com 17 praças nacionais (Bahia, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Piauí, Ribeirão Preto e Tocantins), e mais quatro internacionais (Miami, Bolívia, Paraguai e Peru).

Instagram: @casacor_oficial | @casacor_sustentavel


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