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Lobisomem é mais um filme genérico que não traz nada de novo ao gênero


Fui conferir o reboot de Lobisomem , mais uma tentativa de trazer o personagem clássico para as telas. O filme começa até interessante: Blake e sua família, ao se deslocarem para a casa herdada do pai, sofrem um acidente e acabam cruzando o caminho de uma criatura misteriosa. Quando Blake é arranhado, começa uma transformação em lobisomem. Esse início tinha tudo para construir um bom filme de terror, mas a execução deixou a desejar.


O maior problema está na escolha de transformar Blake em um “lobisomem do bem” para enfrentar outro lobisomem que, claro, assume o papel do vilão. O que poderia ser uma jornada de terror pessoal e sobrevivência se transforma em um clichê de duelo entre o bem e o mal. Essa decisão não só dilui o clima de tensão, mas também descaracteriza o gênero de terror, transformando o filme em algo mais próximo de um filme de ação sobrenatural genérico.


Outro ponto que me incomodou foi a rapidez com que a transformação de Blake acontece. Como a trama se passa em uma única noite, o filme se apressa para mostrar uma metamorfose completa. A escolha pela maquiagem mais "realista" é compreensível, com Blake ficando em uma forma híbrida entre humano e lobo, algo asqueroso, mas sem exagerar nos pelos ou no focinho alongado. Ainda assim, senti que faltou tempo para desenvolver essa transição, o que deixou o impacto emocional e visual aquém do esperado.


Uma ideia que poderia salvar o roteiro seria ambientar a história em um lugar onde uma noite dura muito mais tempo, como Arctic Bay, no Canadá. Esse cenário permitiria explorar a transformação com mais calma, aprofundando a angústia de Blake e da família ao enfrentar o terror crescente.


Além disso, o design do outro lobisomem não convence. A criatura do “mal” parece distante das representações tradicionais e acaba tirando a tradição do espectador. No final, o filme se resume a um jogo de gato e rato com dois lobisomens se enfrentando enquanto os humanos tentam sobreviver ao caos. Essa abordagem acaba tornando uma trama previsível e repetitiva, desperdiçando o potencial do terror psicológico que uma transformação gradual poderia oferecer.


Lobisomem é um filme que tenta trazer algo novo ao clássico monstruoso, mas tropeça em sua própria execução. Com um roteiro apressado e escolhas criativas questionáveis, ele entrega uma experiência que, embora tenha momentos interessantes, não consegue se destacar em um gênero tão rico e cheio de possibilidades. Para quem busca um terror marcante, essa versão deixa a desejar.


NOTA: 👍👍👎👎👎


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