Fórmula E: Mitch Evans, da Jaguar, sai do último lugar para vitória no E-Prix de São Paulo, com público total de 21 mil pessoas
Uma corrida cheia de ação no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, viu cinco líderes e 111 ultrapassagens na estreia do novo carro de corrida GEN3 Evo da Fórmula E, mas foi Mitch Evans, da Jaguar TCS Racing, quem melhor contornou um Safety Car e duas Bandeiras Vermelhas - a última acionada após um acidente espetacular envolvendo Pascal Wehrlein, deixando o Porsche do atual Campeão Mundial de Pilotos de cabeça para baixo, após impacto no muro - Wehrlein ficou fora da corrida, mas felizmente bem.
O público também tomou as arquibancadas do Sambódromo, com lotação esgotada: um total de 21 mil pessoas no final de semana.
Nenhum piloto havia vencido uma corrida de Fórmula E nas 10 temporadas anteriores partindo de uma posição inferior à 15ª no grid de largada, mas um MODO DE ATAQUE mais potente, com tração nas quatro rodas, mais o aumento de potência básico de 50 kW, adicionou um novo elemento estratégico resultando em enorme impacto.
Os carros da Jaguar de Nick Cassidy e Mitch Evans dispararam à frente no final da prova, após largarem da 10ª e 22ª posição no grid, respectivamente, quando o então líder Oliver Rowland (Nissan) sofreu uma penalidade de drive-through, que tirou o piloto de Yorkshire da liderança sem qualquer cerimônia, após forte investida inicial.
Rowland ultrapassou Wehrlein no grid de largada e liderou ao longo de boa parte da corrida, com António Felix da Costa também à frente com o outro Porsche no final da corrida. O português, porém, não conseguiu superar Evans após a relargada final, terminando apenas 3 décimos de segundo atrás do vencedor, que começou sua primeira prova roubando cinco posições apenas na volta inicial.
A dupla da NEOM McLaren, Taylor Barnard e Sam Bird, se posicionou bem quando a corrida chegou ao clímax, subindo da 17ª para a 16ª posição no grid para terminar em terceiro e quarto, embora ambos tenham deixado um pouco de energia de sobra e podem sentir que poderiam ter pressionado os líderes ainda mais conforme as voltas passavam. Ainda assim, um dia de trabalho impressionante para a equipe britânica - com Barnard se tornando confortavelmente o mais jovem a chegar ao pódio da Fórmula E, com 20 anos e 189 dias, superando Daniel Abt, de 22 anos, no E-Prix de Miami em 2015.
Edoardo Mortara, da Mahindra Racing, chegou em quinto, com Norman Nato (Nissan) em sexto e o companheiro de equipe de Mortara, Nyck de Vries, em sétimo - completando um bom dia de trabalho para a Mahindra.
Sebastien Buemi (Envision Racing), Dan Ticktum (CUPRA KIRO) e Jean-Eric Vergne (DS PENSKE) completaram o top 10. Rowland terminou em 14º.
Tudo isso deixou Evans no topo da classificação de pilotos, com a NEOM McLaren à frente na classificação de equipes.
Mitch Evans, nº 9, Jaguar TCS Racing, disse:
“Para ser honesto, estou apenas tentando processar tudo! Obviamente, eu não estava esperando isso depois do infortúnio na classificação, sem conseguir nenhuma volta boa e largando na última posição. Eu só esperava ganhar alguns pontos e começar a temporada, mas consegui subir 18 posições na primeira volta e logo me coloquei no meio.
Então, meu foco mudou, pensando que talvez eu pudesse conseguir mais alguns pontos, talvez um pódio, mas também tive um pouco de sorte com algumas pessoas que sofreram danos após alguns acidentes.
Obviamente, é ótimo ver Pascal [Wehrlein] sair ileso daquele acidente. Tive que ter um pouco de sorte - foi uma corrida maluca, muito difícil gerenciar a estratégia e saber o que fazer em cada momento. Crédito total para todos na Jaguar -
foi uma corrida muita boa”.
António Félix da Costa, nº 13, TAG Heuer Porsche Formula E Team, disse:
“Tivemos um choque nos últimos dois anos, agora começamos de maneira difícil. Mas tínhamos um carro forte como equipe, um pacote forte, os testes foram bons, estávamos confiantes e estou feliz por voltar para casa com um pódio. A vitória ficou com Mitch, mas ele foi muito bem por ter saído de último. Isso é uma conquista, não importa como você conseguiu. Por fim, estou feliz por ver que Pascal [Wehrlein] está bem. É um lembrete de que o que fazemos é perigoso e precisamos desse
respeito entre todos nós. Sei que Nick [Cassidy] é um cara justo, mas é um alerta para todos nós”.
Taylor Barnard, nº 5 da equipe NEOM McLaren Formula E, disse:
“Eu não escrevi meu discurso de pódio! Especialmente depois do início da corrida, quando perdi minha asa dianteira, tive de trocá-la, entrei nos boxes e, infelizmente, tive uma penalização por ultrapassagem. Eu não sei, não sei o que dizer. A equipe fez um trabalho absolutamente incrível com a segunda estratégia do MODO DE ATAQUE, facilitou para que eu e Sam [Bird] passássemos e chegássemos na frente, e nós dois fizemos um ótimo trabalho. Ele me protegeu no final, então agradeço a ele pelo excelente trabalho em equipe. Eu não esperava estar aqui!”
Como foi a corrida
Após um pequeno atraso com o Envision de Robin Frijns parado no grid, e a equipe informando que não haveria tempo para reiniciar, o grid finalmente se reagrupou e disparou quando as luzes se apagaram.
O Nissan de Oliver Rowland assumiu a liderança na Curva 1 sobre o pole position e atual campeão Wehrlein, com Max Guenther no DS PENSKE passando na Curva 2. "Max sendo Max, um cara tão legal", disse o campeão da Temporada 9, Dennis, quando o DS fez contato com seu carro da Andretti.
O pelotão tinha três carros enfileirados na chicane, no meio da volta, e o maior beneficiado na Volta 1 parecia ser Mitch Evans - o piloto da Jaguar subindo sete posições, do 22º para o último, para o 15º. Dennis caiu ainda mais, com da Costa e Vergne conseguindo passar na volta 2 na Curva 1 e na Curva 4, respectivamente, enquanto Rowland continuou na liderança.
A Volta 3 viu Jake Hughes (Maserati MSG Racing) e Nico Mueller (Andretti) chegarem ao contato, em incidente de corrida, na saída das Curvas 5 e 6, quando David Beckmann, da CUPRA KIRO, deu um empurrãozinho em ambos - os dois carros ficaram presos junto ao muro, forçando um Safety Car. Na Volta 7, Rowland liderou o pelotão mais uma vez.
Cassidy, Vandoorne, di Grassi e Barnard também tiveram a oportunidade de pegar o primeiro dos seus dois MODO DE ATAQUE - oito minutos no total –, um impulso obrigatório de 50kW, após passar pela zona de ativação que, no GEN3 Evo, também desbloqueia a tração nas quatro rodas.
Ao se juntar novamente ao grupo, no entanto, o brasileiro di Grassi teve um toque, deixando-o bem para trás no grupo.
Wehrlein caiu no pelotão para o quinto lugar, enquanto Cassidy utilizou o MODO DE ATAQUE, que vale cerca de 2 segundos por volta, para ultrapassar Rowland e chegar à P1, com uma vantagem de 1 segundo - tendo começado em 10º no grid.
Quem se antecipou pareceu sair no lucro, com Vandoorne subindo para terceiro. Na Volta 9, Guenther deu o salto com seu primeiro impulso, com a dupla da Porsche seguindo uma volta depois. Enquanto isso, Rowland estava lutando duro na P2, ainda sem conseguir nenhum de seus dois impulsos do MODO DE ATAQUE. Assim, não conseguiu segurar o compatriota britânico Dennis e na Volta 13 o Andretti passou para o segundo lugar.
Cassidy liderou Dennis, Rowland, Evans, Guenther, Werhlein, da Costa, Buemi, Vandoorne e Vergne formaram o top 10 na Volta 13, com a energia restante entre cada um deles parecendo bem equilibrada - exceto Rowland que estava 1,6% acima do líder Jaguar, ainda para usar o MODO DE ATAQUE. O piloto da Nissan atingiu a frente novamente na Volta 14, ultrapassando Cassidy antes de usar o primeiro MODO DE ATAQUE de dois minutos na Volta 16.
Os carros da Jaguar pareciam muito melhor colocados na corrida do que nos treinos livres ou na classificação, com Cassidy em segundo e, surpreendentemente, Evans em terceiro - de último no grid. Enquanto isso, a Porsche trabalhava com Wehrlein no segundo MODO DE ATAQUE na Volta 18 na quarta posição e da Costa em P7.
Apenas duas voltas depois - embora estivessem trabalhado em conjunto - Wehrlein se recusou a ceder espaço a seu companheiro de equipe com ambos em MODO DE ATAQUE enquanto a dupla passava pelo primeiro setor. Da Costa teve um minuto a mais de seu impulso de 50 kW e tração nas quatro rodas, e devidamente o português passou por seu companheiro de equipe para a liderança na volta 21 cruzando a linha de largada/chegada.
Rowland esteve próximo enquanto a corrida se encaminhava para seu terço final, com seis minutos de MODO DE ATAQUE ainda por usar com o benefício valendo mais 2 segundos por volta. Ele levou apenas meia volta para cortar os dois carros Porsche e retomar a liderança na volta 22 na reta dos boxes. Dito isso, Cassidy ainda tinha um de seus impulsos de MODO DE ATAQUE para usar, sem ninguém mais ao redor dele tendo algum sobrando. Ele estava em sexto quando uma Bandeira Vermelha foi hasteada com o Andretti de Dennis preso no modo 'Carro Vermelho' - exigindo resgate de segurança.
Mais uma vez, Rowland disparou para passar da Costa e retomar a liderança na relargada para uma liderança de 1,1 segundo na Volta 26, mas com uma penalidade de overpower pairando sobre o Nissan. Cassidy jogou seu coringa na Volta 27, com aquele impulso final do MODO DE ATAQUE o levando para o terceiro lugar, passando a dupla da Porsche, Wehrlein e da Costa, com o DS de Guenther na mira - despachando o alemão na Curva 1 para P2.
Rowland conseguiu uma vantagem de 3 segundos, mas a penalidade voltaria a assombrá-lo – com o drive-through Cassidy se viu em primeiro e Evans em segundo na Volta 30 de 35. No entanto, a jornada incrível de Evans desde o último lugar no grid foi coroada quando ele disparou para a frente, ultrapassando seu companheiro de equipe na Curva 1.
Uma volta depois, da Costa conseguiu estragar a festa da Jaguar e separar a dupla, mas o contato entre Cassidy e Wehrlein na saída da Curva 2 deixou o carro do campeão de lado e no muro, mas felizmente tudo bem - outra bandeira vermelha faltando seis voltas para o fim.
Na relargada, Evans e da Costa lideraram com uma largada rápida, seguidos pelos McLaren de Barnard e Bird — o primeiro com quase 4% de energia acima dos demais.
O quarteto líder, faltando três voltas para o fim, lutou muito, mas Evans se superou e segurou o restante do grupo.
- Veja o resultado completo do E-Prix de São Paulo no link: Link
A Fórmula E agora segue para a Cidade do México, para a segunda rodada da Temporada 11 em 11 de janeiro de 2025.
Sobre a Fórmula E e Campeonato Mundial ABB FIA Fórmula E:
Primeiro campeonato mundial elétrico da FIA - Federation Internationale del'Automobile, a Fórmula E desponta como único esporte neutro em carbono da história, certificado desde a concepção.O Campeonato Mundial ABB FIA Fórmula E realiza corridas eletrizantes ao redor das cidades mais icônicas do mundo, onde se tornou se importante plataforma internacional para o desenvolvimento da tecnologia de veículos elétricos e a promoção da mobilidade limpa, através do automobilismo de alta performance.Na Fórmula E, equipes e parceiros unem-se pela paixão pelo esporte e pela crença no potencial para acelerar o progresso sustentável, criando um futuro melhor para as pessoas e para o planeta.
Sobre a ABB:
A ABB é líder tecnológica em eletrificação e automação, permitindo um futuro mais sustentável e eficiente. As soluções da empresa conectam conhecimento de engenharia e software para otimizar processos de fabricação, transporte, alimentação e operação. Com mais de 130 anos de excelência, os cerca de 105.000 funcionários da ABB atuam comprometidos em impulsionar inovações que aceleram a transformação industrial.
Comments