Filmes brasileiro, francês e alemão vencem prêmios do Festival Internacional de Mídias Imersivas
O anúncio dos vencedores da mostra competitiva do Immer - Festival Internacional de Mídias Imersivas e Fulldome, no último domingo, marcou o encerramento do evento que movimentou o Planetário de Brasília de 5 a 8/12. A projeção 3Lôas, do brasiliense Victor Valentim, venceu na categoria ‘Melhor Experiência Sonora’. O francês François Vautier e o alemão Tote Tiere Maarten também ganharam em outras categorias. Filmes de 10 países como Colômbia, Argentina, França e Brasil participaram da seleção.
O filme 3Lôas presta uma homenagem ao legado do percussionista Naná Vasconcelos, cuja contribuição à música é celebrada em 2024, em que se comemora os 80 anos do aniversário de seu nascimento. Inspirados por sua obra e visão artística, “buscamos explorar, por meio da trilha e da espacialização sonora, uma linguagem sensorial que transcende os limites tradicionais do audiovisual”. Para o artista, “o reconhecimento é um tributo à música como elemento essencial da experiência imersiva, reafirmando seu papel enquanto força narrativa e emocional no cinema contemporâneo”.
Marília Pasculli, produtora de arte digital, foi uma das curadoras responsáveis pela seleção. Ela destacou que “o resultado enfatiza o amadurecimento das obras artísticas em Fulldome no mundo, apresentando uma sofisticação na experiência imersiva, na sincronia de imagem e som, e também uma variedade de técnicas e temas”.
Os outros vencedores são o francês François Vautier na categoria de ‘Melhor filme’ com a obra Recording Entropia. Nele, um imenso tetraedro vagueia no espaço infinito e no tempo insondável, se desintegra e se espalha, transmitindo uma mensagem misteriosa por meio de formas em constante transformação. Já o alemão Tote Tiere Maarten ganhou como ‘Melhor filme experimental’ com a projeção ‘Dancing with Dead Animals’. “É uma obra singular, de fato experimental, criada através de materiais orgânicos de animais mortos naturalmente, como insetos, que são escaneados em 3D e depois animados numa colagem plástica muito bonita”, comenta Marília.
Francisco Barreto, organizador do evento, fez um balanço positivo, “no sentido de que os artistas se sentiram contemplados e a gente pôde exibir cerca de 30 filmes nas mostras competitiva e paralela”. Ao longo dos quatro dias do Immer, o Planetário de Brasília recebeu visitantes em todas as sessões apresentadas, e também do lado de fora, onde foi erguido um domo de 10m de diâmetro para projeções em 180º. Em 2024, os filmes da mostra também foram projetados no Planetário da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Além das projeções, oficinas e painéis com especialistas abordaram inovações na produção imersiva. Barreto também enfatizou a qualidade das participações nas oficinas com nomes de referência no mundo. “A gente precisa, de fato, olhar com mais atenção para essas mídias imersivas que são o presente e o futuro de uma nova linguagem audiovisual”, ressaltou.
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