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Exposição Outras Paisagens propõe interrogar as paisagens no campo histórico e artístico ampliando as possibilidades no contemporâneo em retratar as paisagens


Em (27/3), a Galeria 3 do Museu Nacional da República terá a abertura da exposição Outras Paisagens, que reúne obras de 27 artistas visuais, que propõem pensar não apenas na paisagem composta por aspectos naturais, mas também nas paisagens culturais presentes na contemporaneidade. A mostra provoca a reflexão sobre transposições de percepções do termo “paisagem” nos campos histórico e artístico para a contemporaneidade.


A abertura contará com a performance do artista visual de Santa Catarina Franzoi, que também também terá obras expostas. Na performance, ele utiliza um tecido tubular vermelho com 70 metros de comprimento. “Fico deitado dentro, em posição fetal. Depois, sem ajuda das mãos, me desloco dentro desse tecido por 14 metros. Paro. Em pé, dentro do tecido, começo a desenhar esculturas móveis, por meio de movimento de contração e descontração do corpo, até que todo o tecido passe pelo meu corpo. Após sair de dentro do tecido, ato-o em meus ombros e caminho até que todo o tecido desapareça da visão do público presente”, detalha. 


A abertura será às 19h. A exposição segue até o dia 11 de maio, com horário de visitação entre 9h e 18h. 


Participantes


Elementos do presente, do passado e dos mundos real e do ficcional se atravessam e dão vazão a novos conceitos, emanados por uma heterogeneidade de artistas e obras que compreendem os espaços políticos, geográficos, históricos, corpóreos, abstratos, científicos e naturais desdobrando outras paisagens.


Entre alguns artistas, são referenciados os trabalhos de Moara Tupinambá, artista indígena, que tem duas obras na exposição, Kuêra e Reconexão. A primeira é da série Yuíre, feita durante a pandemia para trazer o tema das doenças endêmicas – vírus que adentram os territórios indígenas – e a relação delas com o passado colonial. Reconexão é da série Mirasawá, que aborda a reconexão com a mãe natureza, com as ancestralidades originárias, a partir das camadas da espiritualidade, das forças anímicas e das culturas indígenas, sempre equilibradas com a natureza.


“Espero que o público possa se surpreender com essas criações e possam refletir de alguma forma sobre a defesa de nosso território e da importância da natureza para se ter vida”, diz a artista. 


Também são apresentadas as obras de Sérgio Adriano H, que por meio de objetos e fotografias, aborda questões existenciais que deflagaram a história do povo negro no Brasil. Temas como vida, morte, identidade racial, gênero, violência, invisibilidade e apagamento social são tratados dentro do conceito da "decolonialidade". Sua produção reflete uma abordagem crítica e social, para provocar novas formas de pensar.


“Minha pesquisa propõe pensar nas histórias ausentes, nas palavras não ditas e nas ‘palavras tomadas’, dando voz ao silenciado e explorando as fronteiras entre a história social ocultada e a apresentada, em um ‘P.S.’ que reivindica o legado ancestral”, detalha o artista catarinense. 


O cearense Antonio Pulquério assina a obra composta por sobreposições de imagens e materiais que remetem à origem, conectando a uma paisagem espiritual que registra suas ancestralidades. Cada parte que completa o todo da instalação, recolhidos e oferecidos tridimensionalmente,  percorre um caminho costurado por experiências plásticas visuais de diferentes espacialidades. Em cada uma delas foi encontrando afeto e sensibilidade.


“O desejo é que o público encontre uma  exposição onde a fonética, a gramática, as metáforas e as subjetividades abordadas se apresentem como um caminho inovador que desvenda a relevância  da  proposição artística”, anseia Pulquério. 


Juliana Crispe, curadora do projeto, destaca que, com trabalhos de artistas de diferentes gerações, a mostra revela como a arte de uma tradição já consolidada – a da “paisagem” – reinventa-se na produção contemporânea. “Ao dialogar com outras formas de expressão e linguagens artísticas, a exposição propõe um olhar atento e questionador sobre outras realidades e invenções. As expedições à natureza, à ciência e à figura humana, elementos constitutivos de nossa história, provocam-nos a pensar na relação ativa e intensa de seus processos de colonização”, afirma. 


O projeto Outras Paisagens foi idealizado por Corina Ishikura, juntamente a alguns artistas  dos estados de São Paulo e  do Rio de Janeiro, e pensado para o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da cidade de Niterói/RJ. No início com participação de artistas do Rio e de São Paulo, o projeto se expandiu, com exposição em Brasília e com a participação de outros artistas de origens diversas. 


Exposição Outras Paisagens 

De 28 de março a 11 de maio, das 9h às 18h 

Museu Nacional da República 

Classificação indicativa: livre para todas as idades

Gratuito 


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