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Espetáculo de dança com elenco maduro homenageia povos indígenas


Como você tem tratado o planeta? “Mãe Terra”, espetáculo da Escola Bailarinas Por que Não?!, que fica em cartaz neste sábado e domingo, no Teatro Unip, faz um alerta sobre a necessidade de preservarmos as nossas florestas e presta homenagem aos povos indígenas brasileiros.  O espetáculo, com 1h15 de duração, traz falas do líder indígena, Davi Kopenawa, e referências de outras lideranças indígenas. 

“Mãe Terra”  usa o Ballet, o Jazz e a Dança Contemporânea para mostrar o sofrimento que o homem da cidade impôs a si próprio ao desprezar os conhecimentos ancestrais. 


O repertório musical inclui composições eruditas, assinadas por Carlos Gomes, Heitor Villa-Lobos, Edvard Grieg, além de cantos indígenas brasileiros e composições modernas, entre outras, Divan Gattamorta e Alok, que fez um recente trabalho de pesquisa musical na Amazônia. 


“Mãe Terra” é dividido em cinco partes. A primeira delas trata da criação do mundo por “Omama”, Deus, na língua Yanomai, do povo Yanomami. 


A segunda mostra o amanhecer na aldeia e a natureza em equilíbrio, com sua floresta, seus pássaros, com suas águas, flores e fauna exuberantes. 

A terceira parte apresenta a mudança de cenário com a chegada dos “Devoradores da Terra”, que trazem ao palco todo o excesso, o consumo exagerado, a poluição, o lixo e a devastação. É o tempo das queimadas e da destruição e da falta de amor; do não escutar e respeitar os saberes ancestrais.


A quarta parte destaca a reação da terra, que se revolve e tenta se reerguer com todas as suas forças. É o solo buscando por vida novamente. É quando os Espíritos da Floresta, os Xapiris, despertam-se e vêm ao nosso do socorro para salvar a vida no planeta.


A quinta parte do espetáculo, o Gran Finale, é inspirada na Dança Cósmica mencionada pelo pensador e primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, Ailton Krenak. Durante sua condecoração na Embaixada da França, em maio deste ano, ele mencionou o sonho de união dos saberes originários, à ciência e à tecnologia em prol da Terra. Segundo Krenak, aí então o homem dançaria e não mais sapatearia sobre o planeta. 


MERGULHO NO TEMA - Já no hall do teatro, o público é convidado a participar de uma fantástica experiência imersiva. A idealizadora de “Mãe Terra”, a educadora, jornalista, bailarina madura e fundadora da Escola Bailarinas Por que Não?!, Cláudia Bengtson, recomenda que se chegue mais cedo ao local para que seja possível aproveitar a ambientação especialmente criada para as duas noites de espetáculo. “Queremos que o público seja tocado já da porta de entrada”.  


Graças a uma pareceria com a IRI-Brasil (Iniciativa Inter-religiosas pelas Florestas Tropicais, plataforma colaborativa da ONU para preservação das florestas por líderes e comunidades religiosas), quem for assistir a “Mãe Terra”, vai poder assistir também ao filme de realidade virtual “Amazônia Viva”, de Estêvão Ciavatta. 

O filme de 10 minutos foi ganhador do prêmio de Melhor Filme de Realidade Virtual 360º no Barcelona Planet Film Festival, em 2023, “e literalmente nos transporta para a floresta amazônica”, destaca a criadora do espetáculo. Vinte óculos especiais e a equipe de monitores da IRI estarão à disposição do público antes e após a apresentação. 


CONSCIENTIZAÇÃO - “Mais que dança, a Escola Bailarinas Por que Não?!, que é exclusivamente voltada ao público adulto, faz de seus espetáculos não apenas uma apresentação de encerramento de um ano de aprendizado, mas também uma forma de levar informação e de conscientização à plateia. Isso tem a ver com a minha herança do Jornalismo”, continua Cláudia Bengtson.

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