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Em campanha, Trump prometeu Green Card automático para graduados estrangeiros em universidades americanas


Após a vitória de Donald Trump, internautas resgataram uma entrevista que ele concedeu em junho de 2024 ao podcast All-In, conduzido por investidores de tecnologia do Vale do Silício. O empresário Jason Calacanis disse a Trump que os EUA precisam reter, legalmente, mais trabalhadores altamente qualificados, uma questão importante para a indústria de tecnologia no país.

Na ocasião, o então candidato surpreendeu ao afirmar que pretende conceder green cards automáticos a graduados estrangeiros de universidades americanas. “O que eu quero fazer e o que farei é que, ao se formar em uma faculdade, acho que você deveria receber automaticamente, como parte do seu diploma, um green card para poder permanecer neste país. E isso inclui faculdades de dois anos também”, disse o republicano, que prometeu abordar a questão no primeiro dia de sua administração. Veja aqui 

Embora suas palavras tenham chamado a atenção, especialmente devido ao histórico de sua administração em restringir a imigração, a declaração reacendeu debates sobre o impacto dessa política.

Para compreender como isso afetaria estudantes brasileiros, conversamos com Edson Agatti, diretor da Hayek Global College, em Brasília. A instituição oferece o programa 2+2, no qual os estudantes cursam os dois primeiros anos no Brasil e, posteriormente, continuam seus estudos em uma universidade parceira nos Estados Unidos. O programa foi lançado em agosto deste ano. Veja a entrevista com o diretor da Hayek:

Quais são os principais desafios enfrentados hoje pelos estudantes internacionais que desejam trabalhar nos EUA após a graduação?

Hoje, os estudantes estrangeiros enfrentam um processo burocrático. Após o período do Optional Practical Traning (OPT), de 1 a 3 anos, é necessário encontrar um empregador disposto a patrocinar o visto H-1B, que tem limite anual de vagas e é distribuído por sorteio. Mesmo com o H-1B, o caminho até o green card pode levar anos e envolve custos e incertezas legais, desestimulando muitos talentos que desejam morar nos EUA no longo prazo.

Como a proposta de green card automático pode impactar programas como o modelo 2+2 oferecido pela Hayek Global College?

A proposta de Trump fará com que o aluno formado já pule diversas etapas burocráticas para morar e trabalhar nos EUA. Com o programa 2+2 da Hayek, por exemplo, depois de dois anos em Brasília e dois anos nos EUA, o aluno formado automaticamente terá direito a morar e trabalhar por tempo indeterminado por lá. O retorno de investimento de estudar no Hayek American College, que já era alto, ficará muito maior com essa nova proposta.

Essa ideia tornaria as universidades americanas mais atraentes para estudantes brasileiros?

Claro. Para muitos, estudar nos EUA deixa de ser apenas uma experiência acadêmica e passa a ser uma estratégia clara de imigração e crescimento de carreira, tornando o investimento ainda mais vantajoso.

A Hayek já prepara os alunos para lidar com as regras de imigração dos EUA?

Sim, nossa faculdade já oferece suporte completo aos alunos para lidar com as complexidades do sistema de imigração dos EUA. Desde o início, orientamos nossos estudantes na obtenção do I-20, um documento essencial emitido pela instituição parceira nos EUA, que permite a solicitação do visto F-1. Esse visto é fundamental para estudar legalmente nos EUA e, mais tarde, para acessar benefícios como o OPT, que permite trabalhar por 1-3 anos após a graduação.

Além disso, contamos com a expertise de nossas instituições parceiras para ajudar os alunos a navegar pelas etapas seguintes, como estratégias para conseguir patrocínio de visto H-1B e, eventualmente, o green card. Com as mudanças propostas, como o green card automático, muitas dessas etapas intermediárias seriam eliminadas, tornando o processo muito mais simples e direto.

A proposta de Trump aumentaria a competitividade dos estudantes internacionais no mercado de trabalho americano?

Acredito que a proposta de Trump aumentaria muito a competitividade dos estudantes. Hoje, ao comparar candidatos com habilidades similares, os empregadores tendem a preferir contratar americanos ao invés de estudantes internacionais por conta da facilidade com a burocracia de visto. Com o green card aos graduandos, os americanos perderiam esta vantagem e isso faria com que o aluno internacional ficasse bem mais atraente para os empregadores. Isso atrairia mais talentos de ponta aos EUA, como, por exemplo, profissionais da área de ciência da computação, que poderiam imediatamente buscar oportunidades em empresas de tecnologia de ponta, como Apple, Google ou Microsoft. Se implementada, a proposta de Trump pode alterar profundamente o cenário para estudantes brasileiros que sonham em construir carreiras nos Estados Unidos.


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