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Dry January: os benefícios de começar o ano sem consumir álcool

Para muitas pessoas, o início de um ano é marcado por metas e planos. Praticar mais exercícios e ter uma dieta mais saudável são algumas das preocupações com a saúde que chegam com o novo ciclo. Uma iniciativa que tem ganhado força nesse período é o Dry January, ou "janeiro seco", movimento que teve início no Reino Unido em 2013 e propõe um mês de abstinência de álcool como forma de repensar a relação com a bebida e promover melhorias na saúde.



No final de 2024, os Estados Unidos divulgaram novas recomendações sobre o consumo de álcool, destacando a ligação direta entre a bebida alcoólica e o aumento do risco de câncer. Além de reforçar que não existe uma dose segura para o consumo de álcool, as recomendações incluíram medidas para aumentar a conscientização e reduzir casos e mortes relacionadas ao consumo, como a atualização dos rótulos de advertência em bebidas alcoólicas.



No Brasil, onde o álcool está presente em diversas ocasiões sociais — de festas a encontros familiares —, a ideia de um mês sem beber pode parecer desafiadora. Dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) mostram que, em 2023, houve 27 internações relacionadas ao álcool para cada 100 mil habitantes, e a taxa de óbitos dobrou entre 2010 e 2023.[1]



Segundo o especialista Arthur Guerra, Especialista em Psiquiatria e Integrante do Núcleo/Centro de Álcool e Drogas no Hospital Sírio-Libanês, os benefícios da abstinência variam de acordo com o padrão de consumo anterior. “Se o consumo era moderado ou social, essa pausa ajuda o corpo a ficar mais saudável, ajustando questões como sono e alimentação. Agora, se era um consumo mais intenso, com alterações no fígado ou reclamações familiares, a parada traz benefícios ainda maiores, como desintoxicação, perda de peso e a possibilidade de voltar a beber de forma mais controlada”, explica.



Além dos ganhos fisiológicos, Guerra aponta que o Dry January também é uma oportunidade de repensar comportamentos relacionados ao consumo de álcool. “As pessoas não percebem o quanto o hábito de beber está enraizado em suas rotinas. Parar por um mês ajuda a questionar se aquele consumo é realmente necessário ou se é apenas fruto de hábito. Já ouvi pacientes dizerem: ‘Eu bebo porque meus pais, tios e primos bebiam assim’. Rever esses padrões é fundamental para evitar que comportamentos prejudiciais se perpetuem.”



Atenção ao efeito rebote



Embora o Dry January traga diversos benefícios, é preciso atenção para evitar o "efeito rebote", quando a pessoa compensa a abstinência com um consumo elevado após o período de pausa. “Esse risco existe para um número pequeno de pessoas. Se a pessoa sente essa necessidade, é hora de refletir: ‘será que o meu consumo está sob controle? Será que eu não estou usando o álcool como alívio para depressão, ansiedade ou problemas de sono?’ É fundamental estar atento a esses sinais e buscar ajuda, se necessário”, alerta Guerra.



O especialista sugere algumas estratégias práticas para evitar recaídas ou excessos após o período de abstinência. “Muitas vezes, a pessoa bebia todos os dias. Depois do Dry January, ela pode tentar beber apenas nos fins de semana ou reduzir a quantidade. Por exemplo, quem bebia uma garrafa de vinho por noite pode passar a consumir apenas meia taça. É importante aproveitar essa oportunidade para rever a relação com a bebida”, orienta.



Além dos benefícios individuais, iniciativas como o Dry January têm um impacto positivo na saúde pública. Elas ajudam a promover uma cultura de consumo consciente, contribuindo para a redução de índices de abuso de álcool. “Essas pausas não pregam a abstinência completa, mas sim o uso moderado. O álcool, quando consumido de forma responsável, pode ter um papel social importante. Esse tipo de campanha abre portas para políticas públicas que incentivem o consumo consciente e a revisão de hábitos que, muitas vezes, trazem prejuízos à saúde sem que as pessoas percebam”, conclui o especialista.



Sobre o Sírio-Libanês


A Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, instituição filantrópica que em 2021 completou 100 anos, trabalha diariamente para oferecer e compartilhar com a sociedade uma assistência médico-hospitalar de excelência, sempre com um olhar humanizado e individualizado em mais de 60 especialidades. Um trabalho reconhecido desde 2007 com o selo da Joint Commission International (JCI), o órgão mais importante do mundo em controle da qualidade hospitalar. O Sírio-Libanês mantém o compromisso assumido em 1921 por suas fundadoras e realiza iniciativas sociais em quatro pilares: Integração com a Comunidade, Ambulatórios de Filantropia, Instituto Sírio-Libanês de Responsabilidade Social e Projetos de Apoio ao SUS. Desde 2003, por meio do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa, a instituição contribui para o desenvolvimento de profissionais da saúde regidos pela ética e capacitados para prestar um atendimento baseado em boas práticas, além de contribuir com o desenvolvimento científico por meio de parcerias, estudos e pesquisas nacionais e internacionais. Atualmente, a instituição oferece programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, programas de residências médicas e multiprofissionais, cursos de atualização (continuados e de curta duração), Ensino a Distância (EAD), estágios, seminários e reuniões científicas. O Sírio-Libanês foi pioneiro na criação de programas de Saúde Populacional, que unem empresas, operadoras e time de Atenção Primária no cuidado qualificado e acompanhamento da saúde, ajudando na gestão do benefício do plano de saúde e melhorando a qualidade de vida e a produtividade de profissionais. Atualmente, o Sírio-Libanês está presente com dois hospitais e cinco unidades em São Paulo e Brasília. Saiba mais em nosso site.

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