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Ceratocone afeta cerca de 150 mil brasileiros por ano e é uma das principais causas de transplante de córnea


O ceratocone é uma doença que provoca o afinamento da córnea, alterando seu formato para o de um cone e causando visão embaçada e distorcida. De acordo com o Ministério da Saúde, a condição afeta cerca de 150 mil brasileiros por ano, especialmente jovens entre 10 e 25 anos. Além disso, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) destaca que o ceratocone é uma das principais causas dos quase 13 mil transplantes de córnea realizados anualmente no país.

O Dr. Antônio Sardinha, oftalmologista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), explica que o ceratocone é mais comum em jovens nessa faixa etária. “A doença geralmente começa no final da adolescência ou início da idade adulta, podendo progredir até os 35 anos ou estabilizar-se com o tempo. Em casos graves de alergia ocular, crianças podem apresentar ceratocone ainda na infância.”


Embora as causas do ceratocone não sejam totalmente conhecidas, acredita-se que envolvam uma combinação de fatores genéticos e hábitos prejudiciais, como esfregar os olhos. “Esfregar os olhos com frequência pode ser um dos fatores desencadeantes da doença, já que isso pode alterar a curvatura da córnea,” explica o Dr. Sardinha.


O diagnóstico do ceratocone é feito por exames que avaliam a curvatura e espessura da córnea, como a topografia e a tomografia de córnea. Os sintomas mais comuns incluem mudanças repentinas no grau dos óculos, especialmente aumento do astigmatismo, baixa visão que não melhora completamente com óculos e dificuldades na visão noturna. “A doença pode afetar os dois olhos de forma assimétrica, geralmente com um olho mais comprometido que o outro”, esclarece o Dr. Sardinha.


Para os pacientes diagnosticados, é fundamental adotar medidas preventivas e realizar acompanhamento com o oftalmologista. “Com o avanço do ceratocone, a visão pode piorar e os óculos deixam de ser eficazes. Coçar os olhos, por exemplo, pode agravar o quadro, tornando necessário o uso de lentes de contato ou, em casos mais graves, a realização de cirurgias ou transplantes de córnea”, alerta o Dr. Sardinha.


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